Nas palavras de D.Emy:

“No meu horóscopo, a quinta casa é muito forte, com Sol e Júpiter me conjunção em Aquário, formando um triângulo com Ascendente e Marte na primeira casa e Plutão na nona casa, o que explica meu interesse por Astrologia e por ter me lançado nela e em tudo que deriva dela de corpo e alma.

Na teoria astrológica, porém, estes posicionamentos me dão também “sorte com loteria”. Quando me achei diante da tormenta por não saber explicar  Astronomia versus Astrologia e constelação versus signo, disse a mim mesma: daqui a 4 anos posso ter uma “sorte grande”, mas não quero dinheiro. Eu quero poder explicar.

Durante quatro anos não achei a conclusão dos meus estudos e então, na hora calculada, isolei-me no meu escritório para meditar. O Sol entrava pela porta envidraçada, inundando tudo.

Fechei os olhos e meditei: onde há um ponto, há um círculo. O círculo é ilimitado. Onde há vida é como um ponto rodeado de círculos. Vida é vibração. Vida irradia. Essa irradiação existe ao redor de cada forma de vida, pedra ou célula, aglomeração de pedras (os planetas), aglomeração de células, vida concreta ou vida abstrata. Pensamentos, palavras,  atos, tudo que for criado é vida, e seus círculos ao redor são o sensitivo que vive e irradia, reflete e recebe.

Neste momento entrou Urânia, minha filha, de nove anos. Eu queria pedir a ela para sair, para me deixar pensar sozinha, porque a hora e o minuto da “loteria” calculada estavam se aproximando. Mas, ao mesmo tempo, minha consciência me acusou: tu és uma mãe desnaturada! Vives nas estrelas e enxota a tua filha. Eu disse então a ela: podes entrar, mas fique bem quietinha. Eu preciso pensar. Ela sentou-se perto de minha escrivaninha e ficou brincando com os objetos sobre ela.